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Sobreviventes: Shih-tzus resgatados são colocados para adoção
04/02/2021 15:13 em Todas

Veja pré-requisitos para ser um adotante; há ainda mais de 1.250 animais sem raça definida em busca de um novo lar

 

 

Quem vê tantos filhotes animados, pulando e brincando pode nem fazer ideia de que aqueles peludinhos são verdadeiros sobreviventes. Após conhecerem de perto a dor dos maus tratos, 15 Shih-tzus finalmente aguardam para conhecer seus novos lares.

 

Os filhotinhos que estão postos para adoção são aqueles que foram resgatados amontoados dentro de caixas, no porta-malas de um carro na cidade de Itaberaba, região da Chapada Diamantina. Dos 63 animais encontrados no final de agosto do ano passado, apenas 16 sobreviveram a mais de 30 dias de internação e muitos remédios. Agora, a Justiça liberou que eles possam encontrar um lar - uma delas, a fêmea Maria Eduarda, já ganhou uma nova família.

 

 

O processo de adoção é organizado pelo Instituto de Proteção Patruska Barreiro, em Salvador. Para que um desses peludinhos entre para a família, é necessário passar por um processo de entrevistas psicossociais feitas por psicólogos e veterinários, para que os atuais responsáveis avaliam se o pretendente tem condição de levar o animalzinho para casa. 

 

Quem for selecionado, terá que arcar com custos de castração, de R$ 550, e três doses da vacina antiviral (V10) do animal, no valor de R$ 210. Além disso, deverá assinar um termo de responsabilidade, onde se comprometerá a fornecer informações sobre os animais quando solicitado. O processo é feito desta maneira para evitar abandono e uso irresponsável dos animais para procriação e comercialização irregular dos cachorros.

 

Quem tiver interesse em participar, deve entrar em contato através do Instagram do instituto, @institutopatruska, ou através do WhatsApp (71) 99263-3732.

 

Para poder participar do processo é necessário ser maior de idade e a família que residir no mesmo imóvel deve concordar com a adoção do animal - só será permitida a adoção de um animal por núcleo familiar. Além disso, é necessário levar comprovante de residência e documento de identificação com foto, caso o candidato a tutor seja um dos escolhidos. O transporte do animal até o novo lar também é de responsabilidade do novo dono.

 

 

 

Disputados

 

Logo quando os animais foram resgatados, 4.700 pessoas demonstraram interesse em adotá-los, mas ainda não era possível porque os animais estavam doentes, com sinal de desnutrição, desidratação e ainda eram muito novos. 

 

"Eles ficaram em lar temporário com nossas voluntárias e alguns ficaram com nossas veterinárias. Um deles está com uma situação bem delicada ainda, o ecocardiograma deu arritmia no coração e ele não será colocado para adoação agora. Vamos fazer o tratamento e só depois colocaremos. Foi todo um processo de tratamento e teve também o tempo da justiça permitir a adoção, porque o antigo dono dos animais queria de volta", explica Patruska.

 

Passados cinco meses, agora com eles já recuperados, o instituto divulgou um edital para selecionar os futuros tutores. Apenas 12h depois do anúncio, já são 1.500 candidatos a receber os bichinhos em casa.

 

 

O número alto não surpreende, por serem cães de raça. "É cultural, a população infelizmente valoriza mais os cães de raça. Essa procura toda nunca aconteceu com um cão SRD (sem raça definida), por exemplo. Cachorro é cachorro, quem ama, ama com ou sem raça. Peço que as pessoas abram o coração", diz Patruska, que alerta para os canis clandestinos.

 

"Não tem problema comprar cão de raça, não condeno isso, mas peço que façam em um canil sério. Depois dos Shith-zus, já tivemaos mais apreensões de canis clandestinos, porque as pessoas compram. Peço que busquem saber a procedência", avisa.

 

Quem não tiver apego ao fato do cão ser de raça e quiser aumentar a família dando espaço a um cão sem raça definida, os famosos vira-latas, também podem procurar o instituito. Atualmente, mais de 1.250 cães e gatos esperam por uma oportunidade.

 

 

Outros cães SRD estão à disposição para adoção (Foto: Divulgação)

 

No caso dos SRD, o custo para adotar é menor. O adotante paga R$ 100 referentes à castração e se responsabiliza por vacinar o animal. O preço é mais baixo porque esses animais passam pela cirurgia com a anestesia venosa. 

 

"Os Shit-zus são braquicefálicos (ou seja, aquele cão que tem o focinho mais curto), então exigem anestesia inalatória, que tem um preço mais alto", explica Patruska. 

 

Por conta da pandemia, o instituto suspendeu as visitas presenciais para que os candidatos conheçam os animais e os candidatos ficam conhecendo os bichinhos por chamada de vídeo.

 

 

Correio.

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